O bem-te-vi cantava nos galhos da jabuticabeira.
Céu limpo, dia ensolarado, vontade de fazer nada, sentada na cadeira tentando ler um livro.
Quase cochilando.
Foi quando Chus (a pronúncia é Tchus), minha amada amigona de lonnnnnga data, convidou prum chá. Esta casa dela é encantada, mágica, escondida numa ruelinha simples.
E aí que pintou o nosso papo sobre uma boa morte.
É algo que peço a muito tempo.
Que a Morte, essa figura considerada amedrontadora, mas que percebo como uma benção e só nos leva no momento certo, me abençoe com uma boa passagem para o outro lado.
Peço para minha boa morte ocorrer sem dores, rodeada por amores, sejam eles pessoas ou livros ou artes.
Que eu me vá com saúde, consciente (sem Alzheimer!), com uma certa idade para poder olhar pra trás e ter histórias para contar no pós-vida.
Que eu tenha sabido aproveitar imensamente todas essas gotículas de felicidade e prazer, tão momentâneos e necessários e efêmeros.
Que eu tenha aprendido a perdoar, pra poder amar mais, melhor, que é isso que realmente vale.
Afinal, dessa vida só se leva a vida que se leva.
Tem gente que acha estranho, tétrico até, que a gente (eu e Chus e com certeza outros mais) peça por algo funéreo.
Mas... vai, considere com atenção.
A única grande certeza que temos é a dessa passagem.
Não há vida sem a morte, ninguém fica pra semente.
Por que então temos tanta dificuldade em aceitar que tudo nasce, vive e morre, nós inclusive?
Então.
Pra ter uma boa morte, também preciso de uma boa vida.
Que assim seja.
2 comentários:
sim, essencial a boa vida, querida! mas não a da lei de Gérson, a da gentileza que corre nas tuas veias :-)
Bjs!
Oi, My!! :-D
Ah, a tal "lei de gerson" é um dos maiores erros que temos aqui no Brasilzão... :-(
Mas tenho esperanças que um dia as pessoas percebam que o que realmente é legal é o "ganha-ganha".
Beijos!
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