sábado, julho 25, 2009

Adeus, Dadi.

Meu pai sabia dançar. Tocava piano, sanfona e violão. Falava latim, inglês, francês, italiano e espanhol, além de português, claro. Conversava sobre filosofia, futebol, Sartre, um pouco de arquitetura, além de contar piadas de português com um sotaque perfeito (era português, afinal). Adorava pudim de leite, churrasco, licorzinho ou um bom vinho. Sonecas depois do almoço, passeios a livrarias, ao Aeroporto de Congonhas (eu, ele e minha irmã Ana fomos muito lá na minha infância). Esta foto foi da minha formatura, em dezembro de 1985, e é a imagem que ainda tenho dele...

Tinha um gênio teimoso, como todos os Marianos (nós temos também), mas nossa convivência sempre foi tranquila, eu e a Ana sempre "gerenciávamos" as situações para não haver brigas. Minha mãe também era assim. Claro que tivemos nossos quiprocós, rusguinhas e opiniões diferentes, mas ele só deixou de nos visitar aos domingos quando nos tornamos adultas. Foi montar sua nova família, muito querida, o que nos brindou com uma madrasta maravilhosa e duas irmãs lindas, inteligentes e batalhadoras.

Com o tempo, eu perdoei as pequenas falhas que ele teve, humano que era. E aprendi a apreciar o muito que recebi desse homem que tinha tanto a oferecer. Ele se foi na quarta de noite, depois de uma doença difícil.

Obrigada por tudo, Dadile dear. Vou sentir muita saudade.