Eu estava sapeando pela internet, procurando coisinhas sobre dança do ventre, quando desabei em um artigo maravilhoso que expressa muito bem a forma como encaro a vida. Achei fantástico descobrir que existe uma definição para este meu modo de enxergar a vida, que considero perfeita em todas as suas imperfeições (vai, no fundo, é o que dá graça à coisa toda, né).
O artigo chama-se
Wabi sabi e a arte da imperfeição, escrito por
Adília Belotti, e dele extraí esta explicação:
Wabi sabi é a expressão que os japoneses inventaram para definir a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas. O termo é quase que intraduzível. Na verdade, wabi sabi é um jeito de “ver” as coisas através de uma ótica de simplicidade, naturalidade e aceitação da realidade. Contam que o conceito surgiu por volta do século 15. Um jovem chamado Sen no Rikyu (1522-1591) queria aprender os complicados rituais da Cerimônia do Chá. E foi procurar o grande mestre Takeno Joo. Para testar o rapaz, o mestre mandou que ele varresse o jardim. Rikyu lançou-se ao trabalho feliz. Limpou o jardim até que não restasse nem uma folhinha fora do lugar. Ao terminar, examinou cuidadosamente o que tinha feito: o jardim perfeito, impecável, cada centímetro de areia imaculadamente varrido, cada pedra no lugar, todas as plantas caprichadamente ajeitadas. E então, antes de apresentar o resultado ao mestre Rikyu chacoalhou o tronco de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam displicentes pelo chão. Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem no seu mosteiro. Rikyu virou um grande Mestre do Chá e desde então é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de wabi-sabi: a arte da imperfeição.
É esse tipo de visão que me deixou apaixonada por peças antigas, como lindas portas de demolição.
Que me faz parar encantada para olhar e apreciar o cheiro delicioso de mato que só emana de terrenos baldios...
Que me deixa contente com a minha própria vida, tão cheia de pequenas imperfeições e, ainda assim, tão deliciosamente maravilhosa.
Um comentário:
Que lindo Lia.Descobri atravás de ti que eu tbém "sou" wabi sabi...
A perfeição não tem muita graça...
Beijoconas,
Rosi
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