sexta-feira, dezembro 22, 2017

Despedida de uma miauzinha muito amada



O dia termina e foi lindo, de céu azul límpido.
O sol já se pôs e só vemos bordas rosadas no horizonte, enquanto os passarinhos cantarolam animados.
Enquanto escrevo, minha amada filha gatinha ressona tranquila.
Provavelmente esta é sua última noite em nossa companhia...
Nos últimos três meses ela passou por percalços, até ficou ceguinha e mancando em uma das pernas, embora tenha preservado sua beleza de gatinho, o pêlo longo e a vontade de fazer as coisas do jeito dela. Isso foi sinal de que a hora dela estava chegando...



E eu, bem, estou de coração partido.
Sei que ela tem quase 17 anos, e que persas costumam viver só metade disso.
Que ela foi uma gatinha sortuda por ter humanos dedicados que prestaram atenção ao seu bem estar e saúde, que a protegeram com carinho.
Mas também sei que ela foi minha fiel companheira desde que a recebi em nossa casa.
Só tenho a agradecer por ter visto suas espreguiçadas e cochilos ao sol.
Por ter convivido com suas manhas e gracinhas, por ter ouvido tantos ronrons que mais parecem um passarinho feliz.
Pelos abraços e pelo amor que compartilhamos.
E já estou sentindo imensamente a sua falta, minha amada filha gatinha, menina linda do meu coração.

Que Bast a leve nos braços e a abençoe nessa passagem.


(Esta imagem de Bast é do maravilhoso Dave Mcqueen)

sexta-feira, dezembro 15, 2017

Frio pacas!

Aí a criatura vem para uma terra onde o inverno é frio.
Geladão. Úmido e enevoado.
E a criaturinha descobre: tá frio pacas! (F-r-i-o  P-a-c-a-s!!)
O que ela faz? Se agasalha, é claro.
Mas criaturas acostumadas ao calor e recém chegadas ao frio não aprenderam ainda as manhas.
Geralmente o inverno no Brasil não fica muito abaixo de 15 graus, né!
Então nossa exemplar criatura coloca meia calça com pé + calça, + meia de algodão.
Mais a camiseta de manga longa (algodão, claro).
E uma malha de "lã" que na verdade é de acrílico.
Só que acrílico, poliéster e afins são uma roubada gigante.
Essa sim é a turminha do mal: te aquecem num primeiro momento.
Aí continuam te aquecendo depois que você está quente.
Como não são fios naturais, não conseguem gerenciar direito o suor.
E esse é o pecado do inverno: a criatura se agasalha imensamente achando que vai passar frio, porque tá frio pacas. (F-r-i-o  P-a-c-a-s!!)
E aí o suor, que não consegue sair por todas essas roupas, vai esfriar aquele corpo superaquecido, que suou, é claro!, e a pobre criaturinha vai ficar gelaaaadaaaaa... pacas.
(G-e-l-a-d-a  P-a-c-a-s!!)



Para resolver, precisa de malha e meia de lã. Ou tecidos técnicos.
O algodão é bom, mas nem sempre ele consegue gerenciar essa umidade toda.
Mas a lã consegue gerenciar a umidade até 50% de seu peso, ajuda tanto!
Se for meia calça com lã, maravilhoso. E sem pé, tá, porque se a sua meia 3/4 de lã ficar suada (e molhada), seu pé vai esfriar.
Então a gente troca a meia quando ela fica úmida. Eu costumo levar um par seco quando saio para ficar o dia todo fora. (E um saquinho para guardar a meia úmida que acabei de tirar do pé!)

O casaco precisa ser impermeável, leve e quentinho.
Ou seja, esqueça o casaco da vovó, pesadão, que vai te deixar super cansado.
O ideal é um trench coat com parte interna quente ou, melhor ainda, as famosas down jackets, aqueles casaquinhos recheados de penas de ganso.
Uma down jacket e uma camiseta de manga longa aguentam até uns 13 ou 14 graus.
Menos que isso, uma malha de lã resolve e nem precisa ser muito grossa, ok.
A melhor parte: segura o vento, que é implacável por estas terras.
Lembre de colocar uma bota confortável que cubra ao menos parte do tornozelo e de levar um bom guarda-chuva.
Você vai sobreviver sem precisar de milhares de camadas de roupas!!
Afinal, conforto é essencial no frio. E eu fico feliz porque aprendi tudo isso antes de mudar pra Portugal...

domingo, julho 30, 2017

Tricô de cima para baixo

Tem alguns anos (em 2008, para ser exata), comecei a tricotar seguindo um esquema muito interessante, conhecido como "Top Down": a gente começa na gola, vai tricotando até o início das mangas, divide o trabalho entre frente, mangas e costas. Aí seguimos e, ao terminar, não precisa costurar nada (ou muito pouco!). Tricotei algumas peças usando esse método. 
A primeira foi usando o livro Knitting the New Classics, fiz o pulôver Vis a Vis.
Depois fiz um cardigã de algodão (que ficou no Brasil) e ainda fiz outro de lã, esse rosa aí da foto.



Usei tanto essas peças que decidi comprar um livro só sobre esse método, que se tornou meu livro de tricô predileto: Knitter's Handy Book of Top-Down Sweaters: Basic Designs in Multiple Sizes and Gauges, da maravilhosa Ann Bud (que também escreveu meus livros prediletos para tricotar meias, mas aí é outra história).
https://www.amazon.com/Knitters-Handy-Book-Top-Down-Sweaters/dp/1596684836/

Até agora fiz três peças com as instruções que vêm nele: o pulôver cinza, o casaco em tons de verde, azul e roxo e o pulôver bege com detalhes em verde e rosa. O legal é que ele dá não só receitas, mas tem o esquema para você tricotar aquilo que precisar.Caso você não queira investir em um livro (importado, ainda por cima!), dá para tricotar algumas peças com as informações que já estão disponíveis na internet.

O blog As Tricoteiras ensinam o método e dão uma receita para seguir: http://www.tricoteiras.com/?p=366
Leia também o complemento explicando como calcular os pontos: http://www.tricoteiras.com/?p=122


Para quem é mais visual, este vídeo é ótimo: https://www.youtube.com/watch?v=tw9NjKun2i8

Se você manja de inglês, pode usar a calculadora para pulôveres top down:
http://www.ravelry.com/patterns/library/top-down-raglan-sweater-generator

E aqui ainda tem um esquema excelente para improvisar um pulôver em raglan:
https://fringeassociation.com/2013/03/08/how-to-improvise-a-top-down-sweater-part-1-casting-on-and-marking-raglans/

Além de raglan, também é possível tricotar mangas de outras formas:
http://www.ravelry.com/patterns/library/contiguous
Essa está na minha lista de projetos a experimentar. :)

Boa diversão!